venerdì 2 dicembre 2011

RUAS AVENIDAS DE FORTALEZA
Fios aéreos prejudicam arquitetura e paisagem

(Publicado em 2 de dezembro de 2011)

As árvores precisam ser periodicamente podadas devido ao contato com a fiação. A poda é executada pela Coelce ou pela Emlurb. Em muitos locais, as plantas estão grandes, chegando a ultrapassar os fios
Na Rua Santa Filomena, dois postes com um grande número de fios foram colocados em uma única esquina
Na Rua Floriano Peixoto, próxima à Praça do Ferreira, o espaço aéreo é totalmente comprometido pela excessiva presença dos fios, deixando o local poluído e com uma
As árvores precisam ser periodicamente podadas devido ao contato com a fiação. A poda é executada pela Coelce ou pela Emlurb. Em muitos locais, as plantas estão grandes, chegando a ultrapassar os fios
Na Rua Santa Filomena, dois postes com um grande número de fios foram colocados em uma única esquina
Na Rua Floriano Peixoto, próxima à Praça do Ferreira, o espaço aéreo é totalmente péssima estética
É impressionante olhar para o céu e ver a quantidade de fios saindo de um mesmo poste na Rua João Brígido
WALESKA SANTIAGO




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O Ceará, segundo a Coelce, contém 120 mil quilômetros de fiação


exposta e apenas dez quilômetros subterrânea
É difícil encontrar uma área de Fortaleza que não seja cortada por um amontoado de fios desordenados. Árvores impedidas de crescer e pessoas com dificuldades de enxergar a cidade como tal. A fiação que surge de inúmeros postes colocados nas calçadas deixa ruas e avenidas com uma paisagem poluída, confusa e feia.

À medida que Fortaleza cresce, a quantidade de fios também aumenta. Segundo a Companhia Energética do Ceará (Coelce), o Estado apresenta 120 mil Km de fios elétricos aéreos e apenas dez Km de fiação subterrânea. Em Fortaleza, apenas três Km de fiação são internos. A Praça do Ferreira e a Avenida Monsenhor Tabosa são os únicos espaços sem fios expostos.

Seja no Centro da Cidade, na Aldeota ou no Henrique Jorge, a fiação ocupa o seu espaço de uma maneira que os fortalezenses não entendem. A situação vai se tornando mais caótica com a chegada de novas empresas de telefonias e de TV a cabo.

A cena mais comum em muitas vias da cidade é de um volume enorme de fios com saída de um único poste que passam de um lado ao outro da rua. A vendedora Flaviana Gomes de Lima, 20 anos, trabalha diariamente no Centro, mas nunca tinha percebido o grande número de fios que estava ao seu redor e o prejuízo que eles trazem à beleza da cidade. "É horrível. Eles saem sem nenhuma organização. Parece que brigam por espaço. Os responsáveis poderiam dar um jeito nisso".

Solução humanizada
Essa solução desejada por Flaviana e tantos outros poderia ser voltada para a colocação subterrânea dos fios. Para Odilo Almeida, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Ceará (IAB-CE), esta seria a medida mais adequada a ser realizada. Segundo ele, a fiação aérea traz dois graves prejuízos tanto à arquitetura de Fortaleza quanto à qualidade de vida das pessoas que nela habitam.

O primeiro, conforme explica, diz respeito à poluição visual causada pela exposição dos fios, atrapalhando a visibilidade dos monumentos arquitetônicos. O segundo prejuízo está ligado à arborização urbana, já que as árvores precisam ser permanentemente podadas por conta da fiação. "Tendo em vista que os fios e os postes são trocados periodicamente, defendemos que nesta mudança a fiação seja embutida, sendo seguida pela padronização das calçadas".

Odilo Almeida enfatiza que além desses dois pontos que diretamente contribuem para deixar Fortaleza com aspecto feio e poluído, a colocação de postes para receber os fios reduz a acessibilidade, visto que os mesmos são colocados nas calçadas. "Várias cidades, como Belo Horizonte, utilizam fios subterrâneos por ser uma solução mais humanizada, que garante uma vida mais agradável. Essa seria uma gentileza urbana. A solução é óbvia e a mensagem é simples".

Diversos pontos de fiação em diferentes bairros de Fortaleza chamam atenção. Na Rua João Brígido, no bairro Dionísio Torres, o amontoado de fios impede que as árvores cresçam e deixa a rua com uma paisagem nada bonita de se ver.

Sobre a podação das árvores, Roberto Rodrigues, presidente da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), explica que essa atividade é executada em parceria com a Coelce. "Os nossos técnicos não possuem uma formação adequada para lidar com fios de alta tensão, por isso sempre entramos em contato com a Coelce".

Em outro local, na Praça do Ferreira, considerada o ponto central da cidade, Renato Grande Lima, 37 anos, se diz surpreso com a quantidade de fios que cortam as ruas próximas. "Além de deixar o local feio, ainda ficamos com medo de que aconteça alguma coisa, como um desses fios se soltar ou um curto-circuito, já que é uma confusão".

Na Rua Santa Filomena, no Henrique Jorge, o cenário também pode ser considerado crítico. Em apenas dois pequenos quarteirões pode ser contabilizado 12 postes, em uma única esquina foram colocados dois equipamentos, um do lado do outro. Contudo, o número de postes pode ser explicado pela quantidade surpreendente de fios. Saber a origem de cada um deles é uma tarefa quase impossível de ser cumprida por um cidadão comum.

De acordo com José Távora Batista, diretor técnico da Coelce, o número de fios e postes é justificado pelo crescimento da demanda. "Sabemos que os fios não são esteticamente agradáveis, mas precisamos colocá-los saindo de um único poste por conta da quantidade de casas. Não é possível colocar um poste para cada residência, pois o número de postes seria enorme".

Inviabilidade
José Távora explica que implantar fiação subterrânea em Fortaleza "é inviável, já que precisaria de um planejamento urbano antecipado, pois envolve as redes de telefonia e de esgoto". José Távora ressalta que a implantação da "fiação subterrânea representa um custo oito vezes maior que os fios aéreos".

Sobre a questão dos dois postes em uma única esquina da Rua Santa Filomena, a Coelce informa que enviará uma equipe ao local. A Companhia destaca que para a podação das árvores, as pessoas devem entrar em contato apenas quando as folhas estiverem encostando nos fios elétricos.

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